quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Manual do Engate Filosófico - Capítulo I

Pois é, seus cabrões, vocês obrigam-me a caminhar no fio da navalha. Depois se escorregar uma perna para cada lado quero ver quem é que me vai pagar o remendo da costura dos tomates.

Ontem – como, de resto, acontece praticamente todas as semanas – um gajo que conheço veio ter comigo e fez-me outra vez a pergunta com que me estão constantemente a massacrar-me os cornos: ‘Ó Príapo, como é que fazes para foder tanta gaja?’. Geralmente nestas situações procuro manter a calma e opto por seguir o trilho mais elevado, citando Camões na sua Ode Ornitológica, escrita no cárcere e dedicada a um companheiro de cela que lhe estava sempre a torcer os mamilos no refeitório e a foder-lhe o buraco do olho vazado durante a noite: ‘Piu Piu Piu / Vai pá puta que te pariu’. Mas perante a patética insistência deste incómodo rapazola, e incapaz de ignorar o pungente espectáculo das suas lentes bifocais embaciadas e olhos rasos de lágrimas, indicadores seguros daquela aguda nostalgia da cona que fervilha no baixo-ventre de quem dela só sabe o que ouviu contar em histórias, não pude evitar um certo aperto na zona da garganta, fruto da comoção que crescia em mim. Acabei por ter que lhe largar o pescoço porque o gajo começou a ficar lilás, mas apesar de ter conseguido calar-lhe a puta da boca, as cordas tangidas da lira da minha alma continuaram a vibrar, de tal modo que hoje vinha para aqui especificamente com o intuito de escrever sobre a descoloração do ânus, prática muito em voga entre a mulherada, e não fui capaz. O resultado foi esta posta que agora aqui se vê.

Com muita relutância, portanto, decidi correr o risco de levantar um pouco do velvetiano véu que cobre a técnica filosófica do engate e difundi-la entre a maralha que sabe tanto de gajas como eu sei de arbitragem de baseball e depois ainda se admira de acabar sempre as noites a onanar-se todo para a revista Maria com a Ana Malhoa na capa. Hesito em fazê-lo apenas porque temo que depois de lerem isto andem para aí feitos atrasados mentais a tentar aplicar a técnica a gajas de topo (como se fosse assim tão simples) e fodam o esquema todo àqueles de nós que mesmo sabendo o que fazem já não se safam porque o cabrão do amador já lá foi estragar tudo. Não, meus caros, o engate é como a condução. Começa-se pelas estradas secundárias, pelos parques de estacionamento, pelo Alentejo. Só depois de feita essa rodagem é que estarão prontos a enfrentar Lisboa.

Enfim, para o melhor ou pior, aqui vai. Caveat lector.

Os dois fundamentos básicos do engate parecem contradizer-se mas na verdade são complementares. Podem ser resumidos em duas máximas. Gravem-nas na mente a fogo e esfreguem com sal:

1. “Nenhum engate é impossível, por mais boa que a gaja seja”.

2. “Nunca nenhum homem em toda a História engatou uma gaja boa”.

Estranho, não é? Calma caralho, o Príapo já explica. Esta merda vai devagarinho. Então é assim. O ponto 1 é bastante óbvio e o motivo por que assim é foi já indiciado numa posta anterior (A Cona Inteligente). Cito directamente desse texto: ‘qualquer gajo seria capaz de comer qualquer gaja se os dois estivessem tempo suficiente numa ilha deserta’. Isto é um facto inegável da natureza humana. É indiferente que a situação da ilha deserta seja um caso extremo. O que importa é que não é absurdo ou impensável. Relembro as subtis palavras de Aristóteles, mestre do engate, na sua Poética, cap. IX, 1451b-53, ‘o que é plausível é possível’. E se é possível num caso, pode ser noutro. Logo, qualquer gaja do mundo é um alvo possível para qualquer gajo. Estão todas a pedi-las e mais nada.

O ponto 2 é absolutamente fundamental para o que se segue. A máxima parece estúpida, eu sei. Afinal, para toda a gaja boa no planeta há algures um gajo que já anda farto de fodê-la (outra máxima importante). O que quero dizer é que nunca ninguém engatou uma gaja que se achasse boa demais para ele, ou melhor que ele. Noutros termos, para se engatar uma gaja, ela tem que deixar de se ver como a gaja boa que é, e tem não só que ficar a pensar que o gajo que está a tentar engatá-la é bem melhor do que ela, mas tem também que ficar grata por ele estar a perder tempo a tentar engatá-la, logo a ela que nem boa é. Quando isto acontecer, ou seja, quando ela não vir mais nada à frente senão vocês e pensar que vocês só a vêem a ela (apesar de indigna da vossa atenção), meus caros, chegaram à ilha deserta.

Daqui, segue-se a terceira máxima: ‘O engate não é mais do que destruição de auto-estima’. A auto-estima da mulher é a muralha da crica. Nunca se esqueçam disto. Enquanto estiver intacta, a cona é inexpugnável (pelo menos se na altura não tiverem convosco clorofórmio e um lencinho de assoar). Mas esperem aí quietinhos, foda-se, não vão já a correr para a rua chamar puta estúpida à primeira boazona que encontrarem na expectativa de que ela se ponha logo ali toda nua a pingar do pito, pronta para a berlaitada. A destruição da auto-estima não pode ser feita pelo gajo. Na subtil arte do engate não há lugar para trolhas. Já nem falo em destruir, bastava que ela desconfiasse que estavam a tentar rebocar-lhe a parede para vos mandar logo montar no caralho e dirigirem-se a Caneças. Não, caríssimos, o que o homem tem de fazer durante o engate é atirar as ferramentas à gaja por cima da muralha e convencê-la a usá-las para partir ela própria a muralha que a protege e encontrar-se com ele, por sua iniciativa, do outro lado. Para foder.

Foi dito acima que a auto-estima é a muralha da crica. Ora, tal como a crica tem uma forma vagamente semelhante a um triângulo, assim também a muralha da auto-estima é triangular. Isto significa que o homem tem três estratégias de ataque possíveis, uma para cada um daqueles pontos da auto-estima da mulher que mais necessitam de ser protegidos e que, por isso mesmo, mais aliciantes são para o entesoado inimigo. Um dos pontos é físico, outro é psicológico, e outro é um misto dos dois. Pondo as coisas em termos claros, referem-se respectivamente à auto-estima da gaja relativa: i) ao seu corpo, ii) à sua inteligência, iii) à sua experiência de vida. Correspondentemente, a tarefa do estratega durante o engate será a de conseguir pôr a mulher a pensar de uma (ou mais) das três seguintes formas: i) sou uma gorda, ii) sou uma burra do caralho, iii) sou uma inocentinha. Estes são os maiores medos da mulher, todos os outros são sub-alíneas. Talvez vos espante o último ponto mas é verdade. A única coisa que chateia uma gaja mais do que ser universalmente considerada uma puta é ser universalmente considerada uma inocente, ou seja, o contrário de puta. É que uma puta ainda pode usar o feminismo como desculpa, uma inocente nem isso. Aliás, em certo sentido, o adjectivo "inocentinha" está para a mulher na cultura feminina como "paneleiro" está para o homem na masculina. E em ambos os casos, só há uma forma de se evitar o estigma social: é foder o sexo oposto até cheirar a alho.

Mas voltando ao assunto, um engate nunca pode ser bem sucedido se a vitória sobre a mulher for o objectivo. Na vitória há um vencedor e um perdedor, e se forem para o engate com essa mentalidade podem crer que vão perder porque vocês vão para a vossa primeira batalha quando a gaja vive em guerra desde que tem tetas. Comecem a martelar nas paredes da muralha e quando derem por vós já ela se barricou no absolutamente indestrutível forte interior do nariz empinado ou conjurou o invencível espectro do namorado invisível, perante o qual não têm quaisquer hipóteses. Portanto, diletantes, não esqueçam ou olvidem jamais: o engate bem sucedido não termina na vitória, mas na trégua.

Esta é a teoria. A prática, como sempre, é bastante mais complicada e exige treino mas em todo o caso deixar-vos-ei umas dicas não despiciendas. Fica para a próxima posta. Para já chega. E, e….

terça-feira, 3 de agosto de 2010

A Importância de ter uns Colhões Grandes

Como estou com um bocado de pressa porque vou ter uma reunião no trabalho, hoje serei breve no que direi. Em todo o caso já liguei para lá a avisar que vou chegar um bocado atrasado porque a mensagem que hoje vos trago é importante e tem que ser dita o quanto antes.

Quero deixar bem claro de uma vez por todas que possuir um enorme saco de colhões a badalar entre as coxas não é bom somente por ser algo francamente bonito de se ver, mas por trazer significativos benefícios de natureza pragmática. Consideremos em primeiro lugar aqueles de nós abençoados com um caralho do tamanho daqueles atiçadores de lareira que aí se vendem. O acto de bater à punheta quando se ostenta um sarrafo destes acarreta sempre uma não despicienda dose de perigo que o comum dos mortais de piça curta desconhece. Por um lado, há o constante risco de lesão muscular por motivo de raramente observarmos a recomendação médica de fazermos um pouco de aquecimento ao braço antes de desatarmos aos golpes de punho em tão comprido pau. Mas para quem como eu não joga ténis este nem é o pior. Para o homem com picha de boi de cobrição existe apenas uma coisa a temer neste mundo, um único terror que o condena a uma vida de masturbação inquieta. Como os leitores de natureza mais caralhuda decerto terão já adivinhado, refiro-me ao medo de romper o freio da gaita, essa finíssima presilha cutânea sem a qual nada há que prenda a pele do mastro à cabeçorra do bicho. O grande problema é que se a frequência hertziana de punhetadas durante a sarapitola for suficientemente elevada para rasgar o freio, só nos apercebemos da merda que fizemos duas ou três bombadas depois, e durante esse breve mas doloroso segundo é como se estivéssemos a bater uma pívea ao Freddy Krueger com uma meia de pele. A partir daí é direitinho para o bloco operatório para costurar o bicho, e como acontece com qualquer remendo, aquilo nunca mais volta a ser o mesmo.

Estou convencido de que o freio da gaita foi a última coisa a surgir na evolução do homem. A natureza andava ocupada a esculpir a anatomia masculina há uns bons milhões de anos, a partir de certa altura inevitavelmente já se estaria um bocado a cagar. É a única maneira de se explicar um tal erro de engenharia. Pondo as coisas em perspectiva, foi estupidez comparável à de se enviar um cavaleiro para a guerra com uma armadura feita do mais resistente aço existente mas cuja integridade estrutural dependesse inteiramente de um pionés na zona do pescoço. O caralho vive num permanente horror de violência, é um facto. Se a natureza tivesse feito as coisas como deve ser, o freio não seria o miserável risquinho de pele que é. Seria mas é uma espécie de calcanhar que na foda pisasse ali a pachacha forte e feio. Se assim fosse, o acto da punheta tornar-se-ia tão simples e seguro que até uma mulher poderia fazê-lo.

É aqui que entra a importância dos colhões grandes. A natureza – vá lá – compensou o perigo do rasgo do freio com o rasgo de genialidade que foi a criação da tomatada. É que se um gajo estiver deitadinho a ver pornografia de qualidade e por excesso de entusiasmo com o argumento do filme se deixar ir ao sabor da mão, batendo e batendo cada vez mais até começar a cheirar a grelhados, antes de atingir aquele momento em que o perigo de esfrangalhar o caralho se torna periclitante estará já a esmurrar tão barbaramente os colhões que não terá escolha senão parar. Problema resolvido. Não é solução perfeita porque não funciona na punheta de pé mas como no duche não há pornografia também não há risco de um gajo perder as estribeiras e esgalhar-se até à morte sem querer.

E não julguem que apenas nós de grande barrote temos vantagem em possuir um escroto que mais parece que acabámos de chegar das compras. Também vocês de insignificante pilinha podem regozijar-se. Meninos, se apesar de pouco abonados possuírem volumosa colhoada, fica aqui uma sugestão para um trabalho manual. Da próxima vez que forem tocar-se, puxem a pele do saco dos tomates para cima e envolvam o vosso pequenino caralhinho nela, como se de genuíno casaco de peles se tratasse. Depois, segurem bem assim e desatem a bater a boa da punhetinha. Verificarão que a acumulação de suor no interior morninho das pregas escrotais produzirá uma sensação não muito dissemelhante à que proporciona uma boa cona. Um dia que experimentem foder hão-de dizer-me se não é verdade. A sério, digam-me. Gostava de saber se isto de fazer amor com a pele dos colhões funciona. Só posso saber se me contarem. Infelizmente, dadas as proporções do meu monstro, se fosse tentar fazê-lo rasgava era o freio do cu.

Bom, já me estão a ligar outra vez, devem estar todos à minha espera para começarem a puta da reunião. Portanto agora se me dão licença, tenho de cumprir o doloroso dever de comunicar ao patronato a súbita morte da minha mãe o mais depressa possível, senão depois estou fodido com o trânsito que vou apanhar para chegar à praia.