terça-feira, 6 de julho de 2010

Comunicado às mulheres

Sinto por vezes que a minha escrita aqui tende a ser demasiadamente focada na vivência masculina e que injustamente deixa um pouco de parte a feminina. Isto deixa-me algo preocupado. Não quero de modo algum que a leitora desse lado julgue que não é bem-vinda aqui ou que menosprezo a importância do seu papel na ordem natural das coisas. Por isso, sentado aqui hoje, impossibilitado de andar e com um saco de gelo aconchegado entre as virilhas, lembrei-me de fazer uso deste post para enviar duas mensagens que julgo pecarem por tardias às mulheres de todo o mundo. Aqui vão elas, numeradas e tudo:

Mensagem 1: Vocês não sabem bater à punheta. Não sabem e ponto final. Não sei se é por instinto evolucionário originado pela prática milenar de fazer canja ao marido corno que tratam o caralho como se estivessem a arrancar a pele a uma coxa de galinha mas não é assim que essa merda se faz. Será preciso explicar que o uso de expressões como “pau”, “bacamarte” ou, no meu caso, “menir”, em referência ao barrote não passam de metáforas? Ou acham mesmo que nos referiríamos à fonte da nossa virilidade como “aquele órgão que, apesar da sua impressionante rigidez, é extremamente sensível e propenso à dor se tratado como quem manobra o cabo da vela central de um baleeiro durante uma tempestade no Báltico”? Digam-me uma coisa… alguma vez ouviram a expressão “doer para joelho”? Ou “doer para pé”, “pâncreas”, “clavícula”, ou “úmero”? Não, pois não? A expressão correcta é “doer para caralho”, certo? Pronto, então façam lá as contas, ó burras.

Mas enfim, como tenho a certeza de que vocês vão sempre achar que sabem mais do que aqui o Príapo e que vão bater a vossa ocasional punheta diga eu o que disser, consintam ao menos que vos dê um pequeno conselho: da próxima vez que estiverem com um gajo, perguntem-lhe como se chama o pai dele antes de começarem a esgalhar-lhe o nabo. Se a resposta não for “Gepeto”, sejam delicadas.

Mensagem 2: Nós não queremos que nos batam à punheta. Esta é outra que os homens ao longo dos séculos têm cometido o erro de achar que é óbvia. Sinceramente, acham que precisamos da ajuda de alguém para bater à punheta? O que é que vocês julgam que temos andado a fazer desde a pré-primária? Imaginem lá o cenário que se segue: um homem encontra-se todo nu diante de uma gaja também toda nua. A gaja é boa. Há pito, há boca, há cu e todos se encontram desoladoramente sem nada que preencha o seu vazio existencial. Digam lá, acham que o primeiro pensamento a cruzar a mente deste indivíduo vai ser “venham de lá essas falanges”? Foda-se.

“Ah, mas se vocês gostam de bater à punheta sozinhos também hão-de gostar que a gente o faça”, dirão algumas de vós, invulgarmente burras mesmo para o padrão feminino. Respondo recorrendo a uma metáfora porque se não forem treinando nunca mais vão aprender a identificá-las: o motivo pelo qual esse argumento é uma estupidez tem qualquer coisa a ver com o motivo pelo qual o escritor Daniel Defoe acabou por não ir em frente com a sua ideia original de pôr o Robinson Crusoe a acordar depois do naufrágio na orla costeira de uma península deserta. Puxem pela cabeça que chegam lá.

E agora se me dão licença, tenho de ir pôr Betadine.

5 comentários:

  1. HAHAHAHA. O que eu me ri com este post. Então a cena da Betadine é o remate PERFEITO. :)

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  2. E se ele nos implorar? Ou mesmo se precisar de incentivos extra? Tu explica-nos Príapo!

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  3. Está correcto. Assim mesmo, sem eufemismos, delicadezas e outras mariquices que as fariam perder o sentido da mensagem que se quer transmitir.

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  4. Agradecido, meus caros. Abanquem aí, não se vão já embora. Oferecia-vos uma bjeca mas falta-me a tecnologia.

    E Brandie, se realmente conheces alguém que já tenha "implorado" por punheta ou que precise dela como "incentivo extra" devo dizer que fico absolutamente espantado. Não fazia ideia de que o Stephen Hawking tinha namorado com uma portuguesa.

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  5. Mensagens assimiladas, felizmente que nunca me lembrei de bater uma punheta, normalmente ocorre-me sempre algo mais interessante, felizmente tenho uma imaginação muito fértil, senão ía sair daqui destroçada.

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