sábado, 24 de julho de 2010

Toda a Verdade Sobre o Orgasmo Feminino

Ontem, não me perguntem porquê, acordei eivado de um espírito de antropólogo. Ao longo de todo o dia a minha perspectiva foi a de um homem fascinado por tudo ao que à Humanidade concerne. Na rua, quando passava por mim uma gaja dotada de tetas que tinham mais de estante do que de prateleira, a minha reacção não era já a de galá-la impudentemente, como teria feito em qualquer outra manhã, vozeando um ou outro elogio ao Arquitecto Supremo que construiu tal beleza, obviamente na linguagem mais adequada a exprimir esse sentimento que é a da construção civil. Pelo contrário, observava-lhe os hábitos, as suas interacções sociais, seguia-lhe todos os passos ainda que fugisse ou se escondesse na casa-de-banho dos homens a chorar, feita estúpida, como se eu não estivesse a micá-la ao longe há que tempos, abandonando a análise deste espécime apenas por necessidade de escapar aos rituais sacrificiais dessa magnificamente organizada mas em muitos aspectos ainda algo primitiva e mesmo filha da puta estrutura social que é a PSP.

Ao chegar a casa, também não me fiquei por escrutinar a pornografia online do dia para satisfazer a compulsão patológica dos meus cronicamente bulímicos tomates, que se enchem de esporra o dia todo e depois com a mania de que estão gordos só ficam descansados se forem ao grego. Não, eu estudei pornografia, observei com olho clínico cada uma daquelas putas das Caralhíbas a levar com ele do capitão Jack Esporrow em busca de padrões culturais e comportamentais, ao mesmo tempo que investigava o modo como os nossos antepassados hominídeos fizeram a descoberta da tecnologia do fogo, esfregando o meu madeiro. Gostaria então hoje de vos falar das conclusões a que cheguei relativamente ao orgasmo feminino, e do terrível perigo que representa para todos nós que temos piço. Ignorem-me por vossa conta e risco.

Julgo que todos podemos concordar que de todas as formas de orgasmo existentes na natureza, o feminino é o mais escusado. Em grande medida, só serve para chatear. Considere-se em primeiro lugar a estupidez da metamorfose por que passa a mulher enquanto se vem. Qualquer gaja do planeta, por muito fleumática que seja no seu viandar quotidiano e independentemente da sua ocupação profissional, dá em repórter de guerra quando se está a vir. É um fenómeno idiota mas que a ciência explica sem dificuldade. Ao contrário do homem, que tem o cérebro vinte e quatro horas por dia ligado ao barrote, a mulher só tem o dela ligado à pachacha quando o cérebro não tem grande escolha, ou seja, quando se vem. Nesses escassos segundos, a cona, farta que está de ter de passar o dia em silêncio a babar-se como uma atrasada mental, torna-se dona e senhora de todo o corpo e até consegue falar. Porém, nesse tão ansiado momento em que finalmente ganha o pio e o dom da locomoção, não pode aproveitar para encetar actividades tão agradáveis como procurar companhia inteligente com quem trocar ideias sobre a crise económica, ou mesmo passar um pouco de batom nas beiças e sair à noite com as amigas. Logo por azar, assim que adquire liberdade de movimento e o poder do discurso, dá por si em plena zona de guerra e o caralho está a ganhar.

Só assim se explica porque é que a mulher se torna tão estranhamente informativa durante o orgasmo e o porquê daquele berreiro todo. Durante a foda, a cona está como que no palco de uma guerra civil, debaixo de um bombardeamento de piça com colhões e pintelhos a voar por todo o lado, mas sempre aguentando-se ali com estóica firmeza, sem fraquejar na sua missão de comunicar a toda a gente o horror que se vive naquela parte do mundo. Ainda há dias testemunhei isto ao vivo. Eu já me tinha vindo há que tempos mas armado em bom samaritano lá continuei a foder ao ralenti com os colhões na reserva para dar boleia à gaja até ao orgasmo mais próximo. Felizmente, o meu cérebro, quiçá comovido com o meu altruísmo fodangal, resolveu dar-me uma abébia e adiantou-me o relógio do caralho, que ficou a pensar que eram oito da manhã e ficou ali teso que nem um carapau sem nenhuma razão aparente. Volvidos alguns minutos de enfadonho encavanço, lá começou a merda do costume. ‘Ai, estou-me a vir, estou-me a vir!’, berrava a gaja mesmo para dentro dos meus ouvidos. ‘Foda-se, anda lá com isso’, sibilei eu num suspiro de impaciência, aumentando o ritmo das bombadas, já a pensar que àquelas horas ia ver-me à rasca para estacionar ao pé de casa. Mas a cona da gaja não se calava com os gritos. ‘É agora! É agora!’, informou-me. Quando vi que era mesmo desta que ela se vinha, agarrei nas pontas da fronha da almofada e tapei as orelhas o melhor que pude até terminar o cataclismo que foi aquele clímax. Finda a chiadeira, levantei-me e fui mijar. Todo fodido e com um zumbido do caralho nos ouvidos, pus-me a gritar da casa de banho: ‘Estou a mijar! Ai, estou a mijar!’, só para ser cabrão, a ver se ela também gostava. Verifiquei que de facto não gostava, portanto a próxima notícia que lhe dei foi ‘Estou a bazar! Ai, que me estou a bazar!’. E bazei. Pena tive eu de na altura não ter vontade de cagar.

Mas há algo de muito mais ameaçador do que isto a ter em consideração. Para descortinar do que se trata teremos que cogitar em termos evolutivos. O orgasmo feminino, evolutivamente falando, não serve para nada. O do homem sim, claro, serve para que ele se esporre, o que tem a utilidade bastante prática de emprenhar a gaja para que mais gajas nasçam e assim haja sempre cona em que um homem se continue a esporrar, de geração em geração. Mas e a gaja, vem-se para quê? Poder-se-ia argumentar que o orgasmo feminino serve para incentivar a mulher a procurar sexo mas só um burgesso o faria. Alguém acha que um homem primitivo entesoado se chegaria ao pé de uma gaja/macaca e lhe diria lá na língua dele: ‘Dê licença minha senhora, mas estaria interessada em levar com ele? Ah, não está à procura neste momento. Peço desculpa então, voltarei mais tarde. Não, claro, claro, eu compreendo, tudo bem, deixe lá, ora essa…’ A diplomacia é um modernismo, caríssimos. Se um brutamontes das cavernas quisesse cona ele tinha cona e mais nada. A única escolha que a gaja tinha era entre foder e levar duas chapadonas no focinho e foder. E já não era nada mau.

Isto leva-me a crer que o orgasmo feminino nasceu no período que se seguiu à Idade da Pedra, a que gosto de chamar de Idade do Pau Mandado. O seu dealbar deu-se quando pela primeira vez um homem perguntou ‘O que foi?’ a uma mulher chorosa, ela respondeu ‘Nada, deixa-me’, e ele insistiu. Foi o fim do tempo da pureza natural em que o homem é que mandava. A partir desse momento, nada mais havia a impedir a mulher de evoluir características tipicamente masculinas, como seja a do orgasmo. O orgasmo feminino, portanto, é um erro da natureza, um desvio evolutivo artificial, uma abominação que devia ser eliminada.

E não pensem que a coisa se fica por aqui. Quanto mais os homens se tornam subservientes para com as gajas mais elas nos roubam atributos evolucionários e obnubilam o dimorfismo sexual. É espantoso como ninguém dá por isso... Vejam o que aconteceu quando deixámos as mulheres votarem e mesmo ocuparem cargos políticos. Olhem bem para as gajas sentadas na bancada da Assembleia da República. Alguém ainda consegue distingui-las dos homens? Toda a gente acha estranho que a presença feminina na política se constitua quase exclusivamente de camafeus. Pois é, agora sabem a razão. É ao contrário, elas são estafermos porque as deixámos entrar para a política. Continuem a dar-lhes funções de macho e qualquer dia querem fêmea e não há.

A invenção das máquinas de lavar roupa e louça foi outra... Antigamente não havia nada disso, era lavar a louça à mão e esfregar a roupa à beira-rio em permanente risco de ser encavada por trás sem ser perdida nem achada no assunto. Hoje em dia, até as mulheres-a-dias têm acesso a esse tipo de tecnologia. Sei bem as consequências que essa merda traz, acreditem. Até posso relatar o sucedido. Estava eu muito bem deitadinho descansado no sofá a ver televisão quando a Dona Patrocínia (minha mulher-a-dias há uns dois meses), depois de me levantar os pés do chão para aspirar a carpete, me pediu que lhe fizesse o mesmo. Como regra geral não digo que não a cona, aceitei. Soubesse eu o que sei hoje… Assim que alçou do saiote percebi de imediato que o patrocinador da Dona Patrocínia devia ser a Monte Campo porque a sua cona tinha todo o aspecto de uma mala da escola. Inspeccionando-lhe a labiagem mais de perto usando o fundo do copo de cerveja vazio como lupa, verifiquei que as bordas lassas repletas de um pêlo de fazer medo às varejeiras já tinham iniciado o processo de formação de colhões. Em suma, não era já uma pachacha aquilo que tinha diante de mim. Era um pachacho. Nada menos do que uma horrível deturpação da natureza originada pela tecnologia que agora executa as tarefas que outrora eram obrigação da mulher. Mandei a velha para o desemprego nesse mesmo dia e nunca mais soube o que foi feito dela, se bem que uma vez em Alfama, nos santos populares, já meio bêbedo, quase podia jurar que era ela lá ao longe de sardinha na boca a mijar de pé num beco.

A mais recente alteração evolucionária derivada desta crescente supremacia feminina ainda é suficientemente rara para que a sua existência não esteja provada, mas a mim já preocupa e em não pequena medida. Falo, claro, da ejaculação feminina, esse peculiar fenómeno fisiológico que todo o homem interessado em pornografia asiática tão bem conhece. Trata-se daqueles casos em que a gaja a vir-se, desrespeitando por completo a ordem natural das coisas, dispara do pito um jacto de um líquido qualquer em cheio nas ventas do gajo que se preparava para lhe fazer o mesmo. Estou convencido, meus caros, de que esta mutação genética se deu quando os homens começaram a pendurar a roupa lavada à janela. Se descemos ao ponto de protagonizar este degradante espectáculo público, pondo molas na roupinha ali dobrados em posição de canzana diante de qualquer mulher que passe na rua, como podemos surpreender-nos se qualquer dia formos nós quem espera de goela aberta pela meitadela que elas, triunfantes, expelirão dos confins das suas ratas?

Isto tem que parar, amigos. Que elas se venham de vez em quando pronto, tudo bem, vamos ter de aguentar com essa, agora que se venham com molho é que não pode ser. Por isso faço um apelo a todos os que estiverem a ler isto: se notarem que a gaja que estão a foder está a jorrar mais líquido pachachal do que o estritamente necessário para fins de facilitação do ir-e-vir do talo, aviem-lhe logo ali um soco no meio dos olhos e devolvam-na ao seu devido lugar na escala evolucionária. As chapadas nas nalgas já não chegam, camaradas, temos de recorrer a medidas mais drásticas. E também ajudava pararem com essa merda de pendurar roupa à janela, foda-se.

Como disse no início, recusem-se a dar-me ouvidos por vossa conta e risco. Mas se um dia a gaja que estiverem a comer se esporrar toda para dentro da vossa piça e na manhã seguinte acordarem prenhes, não digam que o Príapo não vos avisou.

14 comentários:

  1. Aqui tens o post que querias relativo ao fascinante tema do orgasmo feminino, caríssima amiga Else :) Espero que seja tudo aquilo com que sempre sonhaste.

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  2. Príapo,
    Quanto à caríssima amiga Else, não sei, mas quanto a mim, era gaja para criar um movimento ou grupo ou lá como se chama no FB, para angariar dinheiro para te comprar uma máquina do tempo.

    [estás tramado, como de resto, todos os homens - adoras mulheres, não é? pois é! :)]

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  3. Confesso que és um ser fascinante, muito mais que o tema do orgasmo feminino, que concordo não deve conferir vantagens evolutivas uma vez que, para grande tristeza minha, não nos é dado de qualquer maneira e a qualquer hora tal como a vocês, privilegiados.
    Suficientemente inteligente e primário. Estou quase rendida.
    Mrs Watson

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  4. C'um caralho! Ou dois...
    O que este cabrão escreve, foda-se!
    Bela posta, pá.
    Estou demasiado encalorado para que se me ofereça dizer alguma coisa de jeito.

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  5. Príapo
    Só um Príapo de primeira categoria como tu é que poderia desvendar todos esses mistérios do orgasmo feminino. Nós, príapos de segunda categoria, agradecemos imenso todos os avisos e conselhos aqui expostos.

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  6. Príapo também é divulgação linguística (e logo cultura)
    Ala que é Cardoso" é uma expressão antiquíssima
    (relativo deve ser do tempo do pá, século XIX, talvez não mas irei ver)
    de origem desconhecida, alterada em meados dos anos 80 para a variante "ala que é cardume" até chegar ao actual "ala que é caralho", no qual estou em crer que ficará eternamente.

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  7. só encontrei isto, deve ser uma expressão, mais dos grandes meios citadinos
    mas gradecido seu Priapismo ambulante
    Ala, que é Cardoso!» -, cuja origem deve estar ligada a uma situação em que um certo Cardoso teve alguma atitude reprovável. Tal expressão parece transmitir uma mensagem de alerta, uma necessidade de que será prudente ir(em)-se embora, porque estão na companhia de alguém que não é bem-vindo, que se deve evitar.

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  8. Concordo plenamente, essa parte do "ai estou a vir" é quase como um aviso da CP na estação velha de Coimbra "vai entrar na linha nº 3 o comboio vindo do porto com destino a Lisboa", quando de facto o comboio ainda está a passar em aveiro!!! Ou seja, é um aviso tão estupidamente adiantado, que precisamos, nós donos do barrote encavador, de dois orgasmos para a satisfazer com um ensurdecedor orgasmo feminino. Acho que é nessa altura que de facto o cérebro faz um qualquer clique, pois é quando elas são pessoas normais, e não falam de azulejos, roupa, etc...
    De tal forma que acho que o nome do orgasmo femininodevia ser considerado entre os homens como Santo Orgasmo, no sentido o "santo orgasmo nos dais hoje", pois são os 3 minutos que temos de descanso, não auditivo, mas mental!!!

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  9. Absolutamente magistral. "Macacos me mordam" se isto não é um texto de antologia.
    Que se fodam as árvores e o caralho do ambiente, vou mas é imprimir para papelinho, antes que por algum acidente tecnológico isto desapareça deste espaço virtual.
    Holmes

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  10. Caríssimo amigo Príapo: ler o seu texto foi um (de)leite), é só o que (o)corre dizer! Nunca o sonhei assim, até porque os meus sonhos, (graças a Hypnos!), são sempre primitivos e nada especulativos. Especulativo, ao invés, é tudo o que se relacione com sexualidade feminina e orgasmo feminino, em particular. Parece que o homem (metonímia para ciência) não o consegue conceber, quanto menos o entender! Em todo o caso, crê-se (ainda em grau hipotético) que o orgasmo feminino tenha, de facto, vantagem evolucionária, dadas as contracções espasmódicas das paredes da vagina durante aquele, facilitando a corrente de esperma em direcção à fecundação do óvulo... uma vantagem pouco vantajosa me parece, mais ainda assim uma vantagem!
    Fico satisfeita por conversas noutras dimensões que esta, terem-no tão brilhantemente inspirado! Temos que continuar! Porque, como qualquer divindade priapística saberá: quando está bom, deve-se insistir. ;)

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  11. * quanto menos entendê-lo!, assim deveria ter sido escrito.

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  12. ** noutras dimensões a esta.
    *** temos de continuar.

    Pronto, e agora vou-me. Desculpa ser picuinhas, mas escrevi ensonada e leio clinicamente por defeito. :O

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  13. Maya, é claro que adoro mulheres. Até mulheres que adoram outras mulheres,especialmente se forem colegiais à descoberta da sua sexualidade.

    Else, sim, repitamos a experiência. E de preferência na dimensão real. Apercebi-me hoje de que não te vejo há uns 3 anos, porra.

    Obrigado ao resto da malta, sois uns comentadores por demais generosos. Aproveitando a deixa do Holmes refiro também que pretendo fazer fazer a minha parte na aniquilação do caralho do ambiente. Não será para já mas tendo confirmado que há interesse editorial nesta merda estou a tratar de fazer disto um livro. Se correr bem estava a pensar em editar depois uma versão para crianças.

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