quarta-feira, 21 de julho de 2010

A Física Elementar do Orgasmo Masculino

O leitor hoje tem boas razões para andar por aí com um sorrisinho de alegria aparvalhado nas trombas. Vai sair daqui um pouco menos pacóvio do que era quando entrou.

O que me traz por cá neste auspicioso dia é aquele meu característico espírito de bom caralho que não é capaz de guardar para si uma boa ideia, mesmo correndo o risco consciente de vir a ser plagiado. No caso presente o risco é acrescido porque a experiência científica que proporei no que se segue, caso produza o resultado que prevejo, poderá muito bem implicar a necessidade de revermos tudo o que julgamos saber acerca do Homem, ou pelo menos acerca da parte do Caralho. Dito isto, aviso já que se alguém desse lado tiver a infeliz lembrança de pegar nesta merda e ir para as revistas de especialidade dar com a boca no trombone, pode crer que quem vai dar com a boca aqui no trombone logo a seguir vai ser a sua rica mãezinha, que de seguida receberá uma encomenda de piça na rata de tal magnitude que julgará tratar-se seguramente de mentira, após o que será deposta uma simbólica nota de vinte euros na mesa de cabeceira da exaurida senhora de modo a que tão depressa quanto se espalhou a fama de brilhante cientista de que sem dúvida usufruirá nessa altura o leitor, assim se espalhará a sua muito mais merecida fama de filho da puta. Julgo que nos entendemos. Bom, passemos à bruta para a parte da ciência.

O assunto de que vos quero falar hoje concerne a fascinante disciplina da mecânica quântica, portanto parem lá de esgarçar o pessegueiro senão depois não vão pescar nada desta merda. Passo a explicar. Desde que o grande acelerador de partículas conhecido como Large Hadron Colider (LHC) foi construído na Suíça que tenho acompanhado com interesse todas as notícias que lhe digam respeito, porque é realmente uma coisa à homem. Em termos que o leitor compreenda, o LHC é um tubo de 27km no qual umas coisinhas chamadas partículas (geralmente protões, que são uma espécie de colhões como os que o leitor tem agarrados ao mangalho mas dez vezes mais pequenos) são disparadas umas contra as outras a uma velocidade próxima da da luz e fazem bum. Ao chocarem, uns computadores fodidíssimos recolhem os dados e depois uns senhores caixa-d’óculos tratam de analisá-los a ver se encontram algo fixe. Se o leitor tiver percebido tudo até aqui está autorizado a ir à cozinha buscar uma goma.

Continuando, a maioria das grandes descobertas que o LHC supostamente possibilitará são de uma paneleirice atroz, mas há excepções. Por exemplo, um dos grandes problemas da Física contemporânea, talvez mesmo o maior, é o da incompatibilidade entre a teoria da relatividade geral de Einstein e a mecânica quântica. Das teorias que já foram propostas como candidatas a unificar as duas, a mais forte é a famosa teoria das cordas, que basicamente diz que as componentes fundamentais da matéria são linhas (ou cordas) unidimensionais ao pé das quais a pila do leitor até pareceria grandinha. O problema é que esta teoria só funciona em modelos matemáticos segundo os quais o Universo não terá somente as três dimensões espaciais que exploramos na sua totalidade no decurso de uma normal punheta, e sim dez, sete das quais invisíveis. É fodido.

Ora, supostamente, o LHC poderá vir a provar ou infirmar a teoria das cordas. Como todos os leitores que não padeçam de trissomia 21 saberão, a lei da conservação da matéria proíbe que haja “perdas” de energia no mundo físico. Isto implica que, se após uma colisão de partículas no LHC se verificar que parte da energia que deveria ter sido gerada no impacto de acordo com as leis da física convencional não foi detectada pelos sensores, uma explicação possível será que essa energia (que não pode simplesmente ter “desaparecido”) terá passado para as outras dimensões-extra que não podemos ver. E voilá, fica demonstrado que essas dimensões existem e, logo, que a teoria das cordas está correcta. Ficou percebido, caralho? Se tiverem dúvidas leiam desde o início que eu explico outra vez.

Isto tudo para dizer que tenho também uma teoria que com uma ligeira adaptação do teste anterior poderia ser experimentalmente verificada. É que estive a fazer as contas aos litros de nhanha que já aspergi ao longo da vida e verifiquei com alguma trepidação que me faltam orgasmos. É ranhoca a mais para as vezes que me vim. Ora considerem lá um exemplo ilustrativo. O caso deu-se há uns meses. Eu tinha passado a tarde entretido a dar uma foda bastante banal a todos os respeitos com uma chavala assim-assim mas como já estava a ficar farto daquilo e queria ir para casa passei de súbito à fase de preparação para a esguichadela. A gaja, genuflectida à minha frente, aguardava de bico aberto, qual passarinho recém-nascido esfomeado que aguarda no ninho o retorno da sua progenitora para levar com uma esporradela valente nas trombas. Fechei os olhinhos, estive ali um bocado a esgarçar a maçaroca e pouco depois vim-me calmamente, sem grande espalhafato, quase como se uma simples brisa tivesse passado por mim, causando-me um leve arrepio e nada mais. Foi por isso que apanhei um tão indescritível cagaço quando abri as pálpebras e vi o estado em que a gaja tinha ficado. A única reacção que consegui ter com o susto foi a de percorrer as imediações com o olhar em busca do palhaço que se tinha aproveitado da minha distracção momentânea para lhe espetar com uma tarte de nata nas ventas. Nem queria acreditar na litrada de langonha que lhe pingava do cabelo fazendo poça no chão. Como tantas vezes acontece quando vou cagar depois de comer rancho, fiquei ali feito parvo a tentar conceber como seria possível que um tão grande volume de substância pudesse ter saído do espaço limitado do meu corpo.

Isto conduz-me à teoria que vim cá para apresentar, e que é a seguinte: todos os orgasmos masculinos são na realidade orgasmos múltiplos, contrariamente ao mito de que só a mulherada tem capacidade de tê-los. A diferença é que as gajas têm uns atrás dos outros ao passo que os homens os têm todos ao mesmo tempo, simplesmente a maioria deles em dimensões espaciais estranhas à experiência mundana, o que explica por que é que não damos por eles. Se esta conjectura se comprovar deixará de ser um mistério de onde vem tanta leitaça. Não será decerto necessário enfatizar o triunfo que uma tal descoberta seria para a física elementar, e para mim em particular, que já não precisaria de ir fazer análises.

Por isso, gostaria de aproveitar aqui este espaço para propor uma experiência empírica que permitiria tirar isto a limpo de uma vez por todas: em vez de se usar o acelerador de partículas para atirar protões uns contra os outros, proponho que se dispare um gajo de marro entesado contra uma gaja de perna aberta. Se no momento da encavadela a quantidade de esporra esguichada for inferior à que é prevista pelas leis da Física num universo tridimensional, isso só poderá querer dizer que a meita desaparecida pingou para essas outras dimensões incógnitas onde se dão os orgasmos múltiplos masculinos, ficando assim provada a sua existência. É ou não é uma ideia do caralho, caralho?

Adivinho já a objecção que o leitor mais apaneleirado erguerá. Provavelmente apontará para o facto de a experiência implicar o disparo de dois seres humanos um contra o outro a uma velocidade próxima da da luz e que isso é capaz de aleijar. Acredito que possa parecer um problema mas sou o primeiro a dizer que não teria problemas nenhuns em oferecer-me como voluntário. Já passei por pior. Tenho pena é da gaja, que ficaria como se tivesse levado uma morteirada em cheio na cona. A não ser que tivesse uma cona bem rija. Embora para ter uma cona bem rija tivesse que ser uma velha. Foda-se, ia ter de encavar uma velha... Pois é, não vai dar. Caguem nisso, afinal é uma ideia de merda. Desculpem lá. Podem ir à vossa vida.

14 comentários:

  1. Peço imensa desculpa pelo facto de não fazer aqui um dos meus comentários extremamente inteligentes, mas na verdade só consegui reter isto na minha mente: "Como tantas vezes acontece quando vou cagar depois de comer rancho"

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  2. O meu comentário gastronómico abriu-te o apetite, suponho. É no que dão as dietas. Andas aí esfomeada, né?

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  3. Foda-se, é munto jogo. Tenho de deixar de esfregar "wax" na cabeça. De cima, hã?

    Vera, caga lá - como se tivesses comido uma panela de rancho - nessa preocupação de fazer comentários extremamente inteligentes. Desde que os faças de joelhos já sabes que, por uma razão ou outra, serão sempre calorosamente bem recebidos, pá.

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  4. Catano, isto ferve o Bock, está quase a pedir a mão à Verinha.Já o Coiso está cheio de speed, é tudo uma questão de partículas atómicas.

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  5. Foda-se, lá tenho que fazer mais um comentário ó o caralho. Nem sequer sou muito de fazer comentários em blogs alheios, mas estes cabrões destes textos são tão bem engendrados que ficam mesmo a pedi-las.
    Lembro-me bem de passar algumas noites em claro, a pensar que os 6 mil milhões euros(!) que se gastaram neste tubinho, seriam muitíssimo mais bem aplicados a desenvolver por exemplo uma boneca robot/insuflável em condições, com vários programas desde: ninfomaníaca a dona de casa, sem esquecer o botãozinho de off, para quando um gajo estivesse a ver a bola.
    Enfim, fico um bocadinho mais descansado sabendo que finalmente esta maquineta poderá ter uma aplicação com alguma utilidade.

    Holmes

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  6. Se o António Manuel Baptista der com este post, será a revolução da Física Nuclear

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  7. Príapo,
    A teoria está interessante. Parei a meio para tomar fôlego (vou lixar-me com esta) e lá consegui chegar ao fim. Mas depois esqueci-me do que tinha já lido no princípio e as coisas não fizeram sentido. Ainda pensei em voltar lá acima, mas depois pensei que o melhor seria descansar um bocadinho.
    Entretanto, diga-me, as calças, como aquelas que estão ali no cabeçalho, manda-as fazer onde? Curiosidade, apenas. Devem ficar carotas, não? E o tecido parece ser dos bons.

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  8. Bock, és um charmoso do caralho. Get a room.

    Holmes, obrigado pela excepção que abres aqui honrando-me com a tua indulgência comentadora. E não tenho dúvidas de que não vamos ter de esperar muito pela cona a pilhas com gaja à volta.

    L.O.L., Como podes ter a certeza de que não SOU o António Manuel Baptista?

    Maya, desculpa lá a dor de cabeça, tinha plena consciência de que o texto seria um tanto ou quanto exigente quando estava a escrevê-lo mas aqui não se tem piedade do leitor. Seja como for agradeço-te o sacrifício, a partir de hoje figuras no meu testamento. Deixo-te em legado um par das calças de que tanto gostas. Tens é de lavá-las. São carotas, sim, não tanto pelo tecido mas por ter de estar sempre a comprar novas. Rasgam-se com facilidade na zona a meio dos bolsos. Por isso é que as vês no cabeçalho. É precisamente o meu cabeçalho que cria o problema.

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  9. Surpreendente. Só alguém como tu formularia uma teoria tão genial e ainda pensaria em como testá-la.
    Dispensava o pormenor do rancho. Nojentinho, para variar.
    Watson

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  10. Obrigado, caro Watson. Mas quanto ao pormenor nojentinho de que falas chamo a tua atenção para um ponto de grande interesse. Estão três factores aqui em causa: rancho, o acto de cagar e o produto final nojento. Repara que me limitei a referir os dois primeiros. O último é inteiramente da responsabilidade da tua imaginação.

    Não deixa de ser curioso que nada disseste acerca das coisas nojentas que descrevi explicitamente e que reservaste para o teu comentário aquela em específico que saiu só da tua cabeça. Levanto então a questão que se segue logicamente: qual de nós é afinal o mais nojento? :)

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  11. O caro Príapo vê-se mesmo que só se exerce com o sexo feminino, pois fique sabendo que há muitos espécimes de macho que se "vêm pouco", sendo "vir pouco" entendido quanto à quantidade expelida de néctar. Talvez tenha a ver com a idade, não posso afirmar com segurança, pois as minhas fontes, ao contrário das suas, ainda não me permitem induzir teorias. ;)
    Ah, já agora, porque não falar das erupções femininas? Esses sim fenómenos bem mais interessantes, porque raros. :)

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  12. A minha cabeça é terrível... :p
    Deixa-me dizer-te que comer rancho não é nojento mas anda lá perto (odeio!) e o acto de cagar em si também não me seduz particularmente logo prefiro não pensar nisso. Assim sendo, tu continuas a ser o mais nojento porque adoras dizer que e o quue cagas. Quanto às outras "nojices", será que estou a ficar insensível?!!

    Divertes-me. És primário mas inteligente (elogio!). Também gosto dessa tua nova faceta de "divulgador científico". :)
    Watson

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  13. Cara Else, fica a sugestão anotada. Entretanto, já há mais para ir lendo.

    Caro Watson, obrigado pelo elogio, do qual felizmente todo o paternalismo me passou ao lado. Eu próprio estou a gostar desta faceta de divulgador científico. De certo modo continuei-a no novo post. Vê lá se é suficientemente primário mas inteligente para ti :)

    Cumprimentos priapísticos a todos.

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  14. Texto do Caralhão!!! Mas para mim só há um problema, grande ou pequeno caberá a si decidir. Se o Príapo sendo um verdadeiro príapo fazendo jus ao nome de príapo, ao ser lançado a tamanha velocidade (velocidade do caralho mesmo) contra uma pobre crica aberta à mercê de uma valente encavadela, esta apenas de desintegraria toda, tornando-se então difícil, não só contar a quantidade de nhanha invisível, como todas as partículas, antes tri-dimensionais, da referida pachachona!!!

    Questionei-me sobre isto... mas força aí! Que consigas testar a teoria!!!

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