quarta-feira, 28 de julho de 2010

O Príapo Aconselha...

Amigos,

Nos tempos de crise em que vivemos é da maior importância que saibamos como e onde cortar na despesa mensal de modo a conservarmos uma certa saúde financeira enquanto o próximo ordenado não cai na conta. Bem ciente das dificuldades que se vivem nestes dias de provação e de privação, estou aqui hoje para vos dar alguns conselhos simples que se aplicados com diligência assegurarão garantidamente a poupança de alguns trocos que parecendo que não podem fazer uma grande diferença naqueles momentos em que o fim do mês tremeluz indistintamente no horizonte como uma miragem no deserto.

Felizmente, a minha tarefa encontra-se facilitada pelo facto da totalidade das preocupações financeiras do homem moderno de classe média poder ser resumida numa única questão: “como poderei garantir foda frequente ao longo do mês sem ir à falência antes do dia quinze?” Este é um dilema tão complexo quanto antigo. Todos sabemos bem demais que gaja nenhuma diz que não a um jantar à borla. Isto torna-se um problema porque todas elas sabem que homem nenhum digno desse nome diz que não a cona aberta e, logo, não têm pudor algum em abaná-la como um isco no anzol, de tal modo que o homem, seguindo cegamente o doce aroma do apetitoso engodo, quase flutuando atrás dele como nos desenhos animados, quando acorda dá por si já sentado à mesa num restaurante de nome impronunciável cujo único prato abaixo dos vinte euros é o da gorjeta. Não importa que nem se lembre de como lá foi parar, a partir deste momento já nada há a fazer.

Ao homem que se vê preso nesta situação, os únicos consolos que restam são o cartão Visa e o deprimente átomo de esperança de que no final da noite a gaja se deixe de jogos psicológicos e cumpra o que andou a prometer desde as entradas que enfardou sem vergonha até à sobremesa que não se percebia bem o que era mas que a julgar pelo preço devia ser mousse de dinheiro. Agarrado a esta ténue luz ao fundo da cona, que atitude pode ter o homem no final do jantar? Olhar para a conta, pousar o papelinho sem interromper a conversa, de semblante sempre jovial e bem-disposto, como se nada fosse, e tirar a carteira do bolso do casaco para pagar. Tudo isto enquanto se prepara psicologicamente para passar o mês seguinte sem luz e sem gás. Na tentativa de não denunciar o absoluto terror financeiro que lhe vai na alma, conta uma piada seca. A puta à sua frente, bêbeda que nem um cacho das garrafas de vinho de reserva que mamou, parte-se a rir. ‘És impagável’, diz ela, fungando. Mas ele já não a ouve... Está absorto a pensar exactamente o mesmo a respeito da conta.

E apesar deste autêntico martírio, quantas e quantas vezes depois do rombo na conta bancária a noite não acaba com a puta de bandulho cheio a arrotar de satisfação sozinha no conforto da sua cama porque só depois de estar já à porta de casa é que se lembrou de dizer que afinal não podia foder porque estava com o Chico, enquanto nós, numa outra cama bem distante, tristes e falidos, nos vingamos na punheta? Pois bem, meus caros, limpem essas lágrimas doridas pois estou aqui com a solução para o problema. Trata-se de nada menos do que um método infalível e económico para descobrir se a gaja está ou não com o período antes de lhe dar sequer oportunidade de começar a girar o dedinho indeciso diante do menu. Eis o que fazer.

Imaginemos que o leitor tem um encontro marcado com uma daquelas gajas que estão sempre a dar a entender que querem ser comidas mas que só revelam se estão a brincar ou não se primeiro lhes derem comida. O encontro está marcado para um restaurante a que ela sempre quis ir porque ouviu dizer que servem um fondue de carne divinal, aproximadamente pelo preço de um submarino nuclear. Nestes casos, exige-se alguma preparação prévia.

Primeiro, é necessário comprar um ovo Kinder. Coma o chocolate. No final, abra o ovinho interior de plástico, retire o boneco e, se for dos de montar, monte. Depois, bata uma boa punheta e venha-se para dentro do ovinho de plástico. Logo aqui já está a poupar em guardanapos. Feche o ovinho e reserve. Após ter acabado de pentear o cabelinho à paneleiro e posto o cheirinho a puta no sovaco, guarde o invólucro com a esporra no bolso e saia para a rua de queixo erguido e passo confiante. Ao encontrar-se com a gaja no restaurante, finja-se interessado no tecido que lhe cobre o corpo, aproveitando para lhe galar o tetalhal. E agora, atenção, eis o truque: quando se sentarem à mesa, mostre-se esbanjador e ofereça-se para pagar umas bebidas iniciais. Naturalmente, isto causará muito boa impressão. Então, quando as bebidas chegarem, aproveite para lhe elogiar os sapatos. Assim que ela começar a enrolar o cabelo com os dedos toda contente por alguém ter notado os lindos brilhantinhos nos seus sapatinhos, pergunte-lhe se a unha retorcida aparentemente encravada no seu dedo grande do pé tem cura. No momento em que ela olhar para baixo horrorizada, retire o ovinho de plástico do bolso e deite a esporra toda na bebida dela, usando a colher de sobremesa (dela, foda-se) para ajudar a raspar o fundo se necessário. A partir daí é simples. Sendo bem sabido que o leite ao pé das gajas menstruadas azeda, é só ficar atento a ver se ela faz caretas a beber aquilo. Se não fizer, o caminho está livre, não há risco da senaita vir a revelar-se tamponada. Agora se fizer, já se sabe que não vale a pena gastar dinheiro nem paciência a ouvir a conversa de merda dela porque é garantido que não vai haver foda para ninguém. Neste caso, o plano de acção é simples: levante-se, retire do bolso o boneco que lhe saiu no ovinho Kinder, pouse-o na mesa, vá-se embora e deixe a gaja a falar para ele.

Claro que há sempre a hipótese de se obter a confirmação de que o pito não está em sangue e pagar-se ali do belo pelo jantar apenas para que no fim da noite ela se arme em esquisita e nos deixe o caralho à míngua sem justa causa. É sempre fodido quando acontece, é verdade, mas calma que mesmo assim nem tudo fica perdido. Se acontecer, graças ao método que aqui propus poderão usufruir de um prémio de consolação tão bom que quase compensa o carcanhol gasto e a ausência de foda. Refiro-me, naturalmente, ao gozo de se poder dizer à puta que o Baileys que ela bebeu no início da noite era gin tónico quando chegou à mesa. Ah, os pequenos prazeres…

8 comentários:

  1. E porque é que em vez desses filmes todos não dizes à gaja exactamente o queres? É que, caso não saibas, é o que ela quer também.

    Foda-se, depois dizem que as mulheres são complicadas. Pois...


    Olha lá, não querias saber o que era um selo? Então passa lá, passa que tens lá um para ti... lol

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  2. És demais, Príapo.
    Vais ficar roído de inveja quando souberes que nunca precisei de pagar jantares (e muito menos pagar o que quer que seja) pra poder foder uma boa conaça quente, húmida e apertada. Rói-te de inveja, Príapo.

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  3. e tempo, para ler isto tudo? ao menos umas ilustrações para a malta ficar com uma ideia, não?

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  4. Ah, Loira mais bela entre as loiras, era bom era, que todas fossem como tu... E obrigado pelo meu primeiro selo! Adorei. Agora não tenho tempo porque tenho algo a dizer no final deste comentário mas tratarei de ostentá-lo quando regressar.

    Camarada L.O.L. não me rôo de inveja porque estou como tu, meu caro. Limito-me a fazer serviço público para os menos afortunados entre nós que só a pagantes arranjam pito, coitados. Eu vivo apenas para servir.

    E filipinha... Ainda bem que disseste isso porque assim posso aproveitar para responder através de ti a todos os que vêm ter comigo com essa conversa.

    Primeiro, duvido muito que o que aqui se lê te vá sair em algum exame portanto desculpar-me-ás se não adaptar a minha escrita aos teus horários. Certas ideias não se expõe em posts de parágrafo e meio. Já tentei. Não dá :)

    Quem vier a este blog tem que ter pelo menos 5 minutos para gastar e vontade de ler. É isto que "exijo" do leitor. Cabe exclusivamente a ele (ou ela) julgar se o que recebe em troca justifica o seu sacrifício. Pela minha parte, só posso garantir que nunca publiquei algo que considerasse ser pura perda de tempo ler. Ou escrever.

    Para artigos curtos repletos de coloridas ilustrações já existe o Público online. Quem vier para aqui em busca de algo semelhante sairá desiludido, como tu. Mas tudo bem, é para mim motivo de grande orgulho sempre ter tido poucos mas muito inteligentes leitores. Se alterasse os meus textos para uma versão "light snack" só para alegrar todos os outros, deixaria de merecê-los. E os poucos e bons é que me interessam.

    Desculpa lá teres levado por tabela, não é nada pessoal, mas estou um tanto ou quanto farto das pessoas acharem que me estão a fazer um grande favor quando vêm para aqui ler. Leiam se gostarem. Se não gostarem epá, por favor não fiquem que se fosse o blog delas eu também não ficaria.

    Concluindo, aceito e agradeço todo o tipo de comentários e críticas a respeito do conteúdo dos textos. Quanto à forma, meus amigos, nem pensar. No Príapo é tudo grande, é um facto da vida. Se faz doer a entrar não me vou castrar só para não ser trocado por outro. Azar do caralho.

    Não sei se tiveste tempo de ler isto tudo mas pronto, só para não ficares triste toma lá uma ilustração que espero que dê "uma ideia" do que no fundo queria dizer:

    (_!_) 0=======8

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  5. Príapo, não concordo é com a inevitabilidade de foda cancelada, só pelo simples facto de a gaja estar com o Chico. Chama-me o que quiseres, mas até dá para poupar nos preliminares posto que lubrificação não falta. Só declino é o minete.

    Holmes

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  6. Holmes, obrigado. Tens toda a razão no que dizes. E acabaste de preparar o meu post seguinte. Fazes mesmo cá falta, cralho.

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  7. Príapo,

    Eu sou mesmo das boas e inteligentes, não é que para além do post ainda venho ler os comentários...

    E não sei se já te disse, mas acho que vou ficar tua fã.

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  8. Ora essa Príapo, era só o que faltava! Não tens nada que agradecer. Já estou é com uma curiosidade do caralho para ler o teu próximo post.
    Holmes

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