sábado, 31 de julho de 2010

Tecnologia...

Parece andar toda a gente convencida de que o progresso tecnológico é muito bom para a Humanidade em geral porque nos permite viver melhor, mais confortavelmente, e por aí fora. Viver melhor? Mais confortavelmente? Permite mas é o caralho. Permite se um gajo for rico. Os pobres bem se fodem. Foi assim a puta da minha vida toda, sempre a puta da mesma merda. Quando apareceram os primeiros computadores portáteis tinha eu acabado de comprar um computador que pouco mais fazia do que somar e mesmo assim tive que passar a dormir num beliche na sala com o meu irmão porque só a caixa do processador ocupava uma assoalhada. Antes disso, na altura em que a classe alta toda já andava a curtir os gráficos dos PC’s, ainda andava eu com a merda do Spectrum e os seus pixeis do tamanho de azulejos, que do momento em que começava a carregar um jogo até dar para jogar dava tempo de fazer a quarta classe. No dia em que cheguei à escola todo contente com o meu novo ábaco já andavam os betinhos todos a apalpar as cobiçadas mamocas em desenvolvimento das pitas a troco de lhes deixarem carregar no botão do tamagotchi que fazia limpar a caquinha. Aliás, quanto e quanto tempo depois da grande explosão das tecnologias de informação, em que produtos electrónicos novos e cada vez mais sofisticados começaram a inundar o mercado, a única coisa digital a que eu tinha acesso continuou a ser a punheta?

Foi sempre a puta da mesma coisa a vida toda, foda-se, sempre dois anos atrás das últimas novidades. E ainda têm a lata de andar a dizer que vivemos todos numa época de grande conforto em comparação com tempos mais remotos. É tudo tanga, não mudou nada. No momento em que o pobre finalmente consegue amealhar dinheiro suficiente para comprar a engenhoca que andou a galar na montra desde que saiu para as lojas a um preço que nem levando no cu de sol a sol durante um ano dava para pagar, já o paneleirão com guita que andou a invejar por tê-la comprado logo que saiu tem uma merda qualquer de fazer pipocas a laser ou o caralho que o foda e volta tudo ao mesmo. Que conforto pode o pobre ter sabendo que tem mais não sei quanto tempo de espera pela frente até poder comprar aquilo também e assim ser feliz? Ainda mais sabendo que nessa altura já será tarde demais porque vai continuar a estar desactualizado, sempre a andar a reboque dos outros, sempre a comer os restos que a malta do papel deita fora. É uma injustiça, caralho, e quem disser o contrário é um filho de quarenta putas.

Menciono isto agora porque ouvi dizer que vão mesmo pôr gajas mecânicas à venda. Vai ser uma revolução na indústria do entretenimento sexual, vai ser uma maravilha, vai haver boazonas para toda a gente, etc., etc. Tudo bem, é verdade. Para quem pode. E o Zé Manel que tem que chegar a casa e foder a mesmo velha bexigosa que anda a comer desde a Guerra Fria, já em nova um estafermo que Deus me livre, porque não tem duzentos mil euros para ir ao IKEA comprar uma puta sueca às peças e esfodaçá-la até lhe rebentarem as soldas? Ah, pois, o Zé Manel que se foda né? Pó caralho, ó brochista de um filha da puta.

Está na altura de se democratizar o acesso às benesses tecnológicas. É para todos ao mesmo tempo ou não é para ninguém, acabou a conversa. Okay, sejamos realistas, admito que os materiais são capazes de ser caros e por isso talvez não seja fácil baixarem o preço das gajas biónicas ao ponto de um trolha poder simplesmente entrar no stand e levar para casa uma loira mamalhuda ciborgue programada para tudo menos dizer ‘não’. Mas epá… já que a tecnologia para isso está disponível, ao menos que deixem um gajo levar a Maria à garagem para recauchutar a pachacha.

7 comentários:

  1. HAHAHAHA. Com caralho, Príapo. Nunca me ri tanto na puta da minha vida. Foda-se. Assim sim. Puta que pariu o post hilariante. :):):):):):):):):)

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  2. ahahahahaha

    foda-se, ca lindo.

    "a única coisa digital a que eu tinha acesso continuou a ser a punheta?"

    AHAHAHAHAHAHA

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  3. Oh Príapo então tu preferias andar a limpar a caquinha ao tamagotchi do que ter a arcaica punheta? Nem parece teu...
    E acho mesmo que o segredo está aí, a forma como interpretamos o pouco que conseguimos ter.

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  4. Príapo, embora saiba que vais ter um choque anafilático, mas porque as verdades são para se dizerem, passo a informar-te que a punheta não é digital, é manual.
    Nisso, e quiçá noutras coisas, as gajas levam-nos dianteira, pá.

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  5. Foda-se, muito bom caralho.

    É desta que eu vou à falência. Ter uma puta como a do "Blade Runner" é um sonho recorrente que tenho desde essa altura.

    Bock, embora tenhas razão em 90% da coisa, dado que a alavanca que permite bater uma punheta em condições é o binómio braço / mão, numa utilização puramente mecânica, é no entanto bom não esquecer a utilização dos 5 "digitos" que permitem envolver e aconchegar o respectivo marsápio. No meu caso ás vezes dez "digitos", para não provocar danos irreparáveis em todo o membro superior direito :-)

    Holmes

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  6. Tá tudo fodido, agora que a banca está a cortar no crédito é que eles vão querer todos pedir um empréstimo.

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  7. E em garantia - já que vão estar mais tesos que um carapau - fazem uma consignaçãozinha a favor do credor: tudo o que deles jorrar será religiosamente guardado num tubo(zinho) de ensaio, que posteriormente será remetido aos cuidados de um banco de esperma para criogenização, e dado em penhor a favor da instituição credora.

    Resta saber para que é que servirão aquelas magras rações de projectos de vida geneticamente desinteressantes.

    Descubram uma utilidade económica para essas gotitas ralas e aguadas e talvez tenham encontrado a maneira de obter um crédito daqueles que se pagam a si próprios, acho que lhe chamam "project finance", assim tipo como o TGV e as receitas que daí resultarem, ou a construção de uma AE e o guito das portagens..

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